Toda narrativa pressupõe um narrador. O narrador é quem conta a história. Entretanto, não se pode dizer que aquele que narra é o ser humano de carne e osso que escreve o texto. Isto porque a pessoa que escreve pode inventar um narrador ou, até mesmo, não inventar narrador nenhum, isto é, não identificar para o leitor quem é que está contando a história. Vejamos os trechos abaixo:
Texto 1
Maria e eu conversávamos muito a respeito dos problemas sociais do país. Como professor de Sociologia, via-me na obrigação de alertá-la sobre as questões de cidadania. Hoje, ela trabalha numa entidade que luta pelos direitos das crianças carentes.
Texto 2
Paulo e Maria conversavam muito a respeito dos problemas sociais do país. Como professor de Sociologia, ele via-se na obrigação de alertá-la sobre as questões de cidadania. Hoje, ela trabalha numa entidade que luta pelos direitos das crianças carentes.
No primeiro caso, existe no texto um “eu” que conta a história. Esse “eu” é o narrador, facilmente identificado como o professor de Sociologia. Mas quem, de fato, escreveu esse texto? Pode ter sido o próprio professor, mas pode muito bem ter sido outra pessoa que resolveu inventar esse personagem que narra. De todo modo, diz-se que, no texto 1, o narrador está explícito. Real ou inventado, ele pode ser reconhecido.
Já no texto 2, não se sabe quem conta a história. Não há um “eu” que se responsabiliza pelo que está sendo dito. Fala-se, nesse caso, que o narrador é implícito ou impessoal. Ele conta os fatos “de fora”, sem participar do mundo narrado.
Tomemos agora um terceiro exemplo:
Texto 3
Paulo e Maria conversavam muito a respeito dos problemas do país. Como professor de Sociologia, ele via-se na obrigação de alertá-la sobre as questões de cidadania. Hoje, ela trabalha numa entidade que luta pelos direitos das crianças carentes. Eu acho que Paulo acabou influenciando a escolha profissional de Maria.
Pergunta-se: quem diz “eu acho” no texto 3? Trata-se do narrador, que pode ou não querer se identificar. Embora ele esteja explícito no texto por meio do pronome “eu”, não é personagem da história, mas simplesmente uma testemunha, que julga e faz comentários.
Há romances em que o narrador encontra-se ora “fora” ora “dentro” da história, como personagem ou como testemunha. São técnicas que devem ser utilizadas com cuidado. Caso contrário, corre-se o risco de bagunçar a cabeça do leitor.
SALVAR / IMPRIMIR: A figura do narrador
Os anos de graduação são os mais memoráveis de minha vida.
Até hoje lembro com um sorriso no rosto, principalmente a fase do tcc.
Terminei a graduação ano passado e esse método de blocos me ajudou bastante. Por isso esse meu site fala sobre isso pra ajudar a galerinha que está em apuros com o tcc